Espírito

Patrício Batsikama, Luanda, Angola. Filosofo e Historiador da Arte

Pela temática, o pintor põe em evidência Ouragan, Nkisi Nkôndi e uma série de adágios da sua própria língua e línguas donde é originário. Não obstante, metamorfoseia sensatamente esses temas numa isenção morfológica cujo conteúdo passa a ser engendrado através do dualismo monólogo/diálogo como se o Português falasse kimbundu quimicamente, e que por sua vez o Chinês dançasse Mukixi com trompeta Inca e gritos sem-fronteiras. Isto é, por outro lado, estamos perante uma aglutinação onde cultura, política, ciência, etc., têm semântica monótona. Arte, Religião e Ciência são, como sempre defendi, gémeas para um mesmo fim: Arte procura a verdade usando a fantasia; a Religião usa a fé para atingir a verdade; enquanto a Ciência emprega a prova. Apesar ainda da desconformidade – algo que somente a experiência outorga – Hildebrando já explora a Arte na sua verdadeira dimensão: filosófica. Espírito ou melhor Espíritos são uma litânia de meditações (fusão Temática/Forma/Conteúdo) ora transcendentalismo argumentando o ateísmo sendo uma crença (fé) cientificada (Nksisi Nkondi); ora neoplatonismo antiplatonizando qualquer Política como um dueto inevitavelmente antagonista em si (Ouragan); ora um utopismo apreciando o mundo real com os olhos entreabertos e enjoados pela apoquentação Lamartiniana (do grande Poeta Francês Lamartine). Pela frente Hildebrando deverá definir o seu eixo filosófico ou idiossincrásico para ossaturar o seu Eu real. Questão de tempo, uma vez que a Arte é experienciada. «De corpo e Alma» e «Espíritos» me parecem, epistemologicamente, uma dicotomia dum anteprojecto que se revelará num futuro que já começou.

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