Por Nadine Siegert, Bayreuth, Alemanha. Iwalewa-Haus, Universidade de Bayreuth
Uma exposição anterior Específico / Killing Structures do artista Angolano H.M, mostrou um universo de criaturas superiores que poderiam ser arquétipos da nossa sociedade contemporânea, apesar destes virem dos últimos alicerces da história.
Nesta sua nova série Empírico Candongueiro, o artista baseia-se na situação concreta das pessoas da metrópole de Luanda. Candongueiros – o meio de transporte públicos mais importante – são o caos e o aperto.
Para a maioria das pessoas, eles são o único transporte possível no meio ambiente urbano em constante mudança, onde elas estão à procura de opções de sobrevivência. HM, cujo estúdio está situado no meio deste imenso caos, usa-o como inspiração para os seus trabalhos. Mostra em poderosas imagens os candongueiros que tem constantemente em frente dos olhos, nas quais, ele coloca questões explicitas para a sociedade pós-guerra de Angola.
HM está presente em exposições internacionais, mas a sua preocupação primordial é o mundo artístico local de seu país. Ele deseja que Luanda se torne no novo centro de arte contemporânea de África e, pede às instituições locais como a UNAP (União Nacional dos Artistas Plásticos) para que sejam mais dinâmicas e flexíveis.
Os trabalhos desta série são muito fortes e impressionamtes. Há um domínio do branco e do azul dos candongueiros de modo a capturar esta particularidade dos mesmos. As pinturas são acompanhadas por desenhos, que lhes servem de base e lhes conferem características. Ambos mostram aspectos da desgastante vida urbana. A indiferença quer tomar conta na presença do desespero do caos, mas HM não desiste ele observa com raiva e quer mostrar a necessidade de mudança nas suas pinturas.
Incansavelmente e com uma louvável teimosia ele está a seguir a sua tarefa, “Revolução da Pintura´´. Podemos apenas desejar-lhe todo o apoio possível pela sua iniciativa.